O projeto expográfico da mostra “Marcel Gautherot: Registros modernos da invenção da Pampulha” procura ser uma resposta à arquitetura da Casa do Baile (O. Niemeyer, 1943) e foi concebido a partir dessa pré-existência, ou desse espaço arquitetônico moderno.

A planta do salão da Casa do Baile é circular, sendo que seu círculo é definido por uma sequência de arcos de alvenaria e vidro. Tal como a exposição que propomos, que também é feita de arcos. Em diálogo com os limites do salão, eles definem novos ambientes côncavos e convexos, ou espaços curvos dentro de um espaço curvo. São arcos que dialogam com a arquitetura e acrescentam movimentos à exposição, induzindo o visitante a percorrer os quatro lados dos painéis curvos (ou os quatro temas da curadoria) e criando distintas passagens de espaço – por hora estreitas, por hora abertas e largas.

Os lados convexos estão voltados para o arco onde estão instalados os créditos da exposição, ponto de partida da visita. Estes lados convexos são sempre lisos, enquanto os lados côncavos são sempre “construtivos”, revelando sua estrutura e seu esqueleto.

M. Gautherot (1910-1996) foi um modernista conhecido por suas imagens da construção de Brasília que simbolizam uma era de sonhos e promessas. A mostra sobre o fotógrafo franco-brasileiro teve curadoria de Marconi Drummond e Carlos Teixeira, design gráfico de Marcelo Drummond, produção do Instituto Periférico, apoio do Instituto Moreira Salles, e faz parte do projeto Pampulha Território Museus da Prefeitura de BH.

Fotos: Eduardo Eckenfels, Leonardo Finotti