Casa num sítio no sopé da Serra da Moeda (MG). Ela tem três quartos e é, em pouquíssimas palavras, uma piscina no terraço e uma escada que leva a esse terraço. As salas ficam abrigadas sob a piscina (ver também nosso projeto Aalborg Acqua Centre) e tem vista para a Serra e o cerrado de árvores retorcidas. O que determina a forma da casa são as rampas e a escada da piscina suspensa, que desempenha também a função de mirante, terraço e laje de cobertura.  As fachadas norte e oeste têm o sol protegido por brises de madeira.

Ao mesmo tempo que busca explorar a plasticidade de elementos arquitetônicos básicos, o projeto exalta um bioma pouco valorizado e ameaçado: o cerrado. A casa assenta-se sobre a paisagem encontrada, cuja imensidão  pode ser melhor vista sobre o mirante-piscina.

Abaixo, uma resenha da casa publicada pelo crítico de arquitetura e professor da Universidade do Texas em Austin, Fernando Lara:
“(…) A piscina que domina a espacialidade de toda a casa é apoiada sobre esbeltos pilares e paredes de concreto, permitindo que a casa exista embaixo dela. Colocada 6m acima do terreno natural, a piscina é acessada por uma generosa escada que ocupa todo o quadrante sudeste da casa. O tema da ascensão como architectural promenade já havia sido tratado antes, nas Spiral Booths montadas no Victoria & Albert Museum. Tudo convida a subir, a casa inteira existe nessa dicotomia entre o abrigo protegido abaixo e o desejo de ascensão ao cume da casa e do morro.

“(…) A casa no Cerrado é de uma simplicidade gritante. Um vazio gerado pela piscina elevada, protegido do sol e do vento pelas peles múltiplas da veneziana e do vidro, abriga as áreas comuns. A generosidade das transparências, escadas e entradas convida o visitante a a subir ao terraço-piscina. No percurso, os materiais vão se encaixando: concreto aparente, cimento queimado dos pisos, vidro, alumínio dos caixilhos, madeira dos decks e, de novo, a madeira das venezianas que os protege.”
Revista AU, fev/2016

Fotos: Gabriel Castro, Leonardo Finotti