O projeto expográfico da mostra 100% Minas busca referências em elementos baratos e comuns nas obras de construção civil: escoras e telas fachadeiras. Apesar de fazerem parte do processo de construção de qualquer edificação, tais componentes nunca permanecem e raramente são considerados elementos da arquitetura final.

As escoras de pinus servem para delimitar, ainda que sutilmente, a compartimentação e circulação pela sala. Dispostas em malha regular de 2×2 metros, elas sugerem diversas possibilidades de circulação, estruturam o arranjo dos móveis e ao mesmo tempo exaltam os barrotes do teto, nos quais as escoras estão fixadas.

Unindo as escoras como num labirinto translúcido, os planos formados pelas telas definem as ambiências requeridas pelos móveis. Suas várias camadas, que se sobrepõem e geram gradações de transparências, dão uma certa profundidade ao labirinto, valorizando as peças mais próximas e relevando peças distantes.

Com foco na mais recente produção de designers sediados em Minas Gerais, 100% Minas teve curadoria de Monica Boscarino e luminotecnia da Atiaia. O evento é parte da Casa Cor 2017, que acontece num antigo casarão onde funcionou a matriz da extinta Rede Ferroviária Federal S/A – RFFSA. A construção fica na Rua Sapucaí, região central marcada pela forte efervescência urbana, política e gastronômica de Belo Horizonte e que se tornou uma espécie de corredor cultural estabelecido de forma espontânea.

Fotos: Gabriel Castro/Reverbo, Jomar Bragança, Josiane Alves, Carlos Teixeira, Daila Coutinho